quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Olá Pai Natal.


Pai Natal, ainda recordo os tempos em que escrevia cartas, épocas que acreditava existires. Lembro-me que não colocava as cartas no correio, deixava-as na lareira e nem precisavam de selo…
“_ As cartas chegam lá, não te preocupes”. Pronunciava a minha mãe.
Confiei durante anos, que um senhor de barbas brancas vinha pela chaminé, repleto de prendas presentear-me. Realizavas os sonhos que solicitava nas minhas cartas, de certa forma. Quando as redigia, colocava a melhor letra e pedia pouco, achava que ficavas estafado se pedisse muita coisa. Sempre te “conheci velho” e como tal, ficava enternecida só de imaginar as casas que tinhas de percorrer e ainda por cima, ninguém podia ver-te!!!
Afinal, era tudo uma utopia…
Quando me apercebi que afinal tudo não passava de um equívoco…questionei-me! As cartas que escrevi, onde estavam? O que solicitava, eu tinha…então quem concedia os meus desejos?
Desilusão …foi o primeiro sentimento que bateu na porta da minha alma! Deparei com a verdade duma mentira tão longa.
Eu gostava daquele Pai Natal de barbas brancas e olhar meigo! Fizeram-me acreditar que existia… e não concebia a ideia, que esse velhinho “vivesse” somente nas histórias de Natal. O Pai Natal na realidade, era o meu Pai, a minha Mãe, os tios, tias…amigos! Todos menos o tal velhinho que tanto gostava.
Com o passar dos anos, esta constatação passou para algo sublime. O Pai Natal existe mesmo, não é lenda, não há desapontamento nenhum…ele é real e caminha entre nós todos os dias.
Dentro de nós há um Pai Natal, se quisermos.


Tila de Oliveira


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Uma história de amizade...

"Uma História de amizade…

Todos temos dois lados, um bom e outro menos bom. Mas, o que quero realçar e redigir hoje, é apenas o teu melhor.È esse lado que quero reter e viver nele.
Hoje queria contar uma história de amizade, sobre uma amiga que me fazia perguntas e onde tinha de saber todas as respostas, uma história sobre uma pessoa em que o sopro da minha vida, vinha muitas vezes das suas palavras, dos seus gestos e dos seus afectos.
Com esta amiga, observei muitas vezes a alma teimar-lhe em escapar, porque não queria continuar a caber no seu corpo.
Muitas vezes senti-me impotente por não poder escolher outro sofrimento para ela…muitas vezes queria suplicar ajuda, mas muitas dessas palavras morriam antes de as pronunciar.
Tudo acaba…e quando acabam, para onde vai tudo? Para onde vão todas as coisas? Quantas vezes os meus braços te abraçaram? Muitas? Mas talvez insuficientes para uma vida inteira…
Quando pronunciavas o meu nome, ouvia-me no teu coração. Quando te via mal, o que queria era ser capaz, de contar-te uma história, uma por noite, todas as noites…cada uma mais linda que a anterior. Quando me dizias “Bó gosto muito e tanto sem tamanho”, sentia-me engrandecer, parecia que uma coroa se instalava na minha cabeça, sentia-me uma rainha… e olhava-te na alma.
Eu queria contar uma história de amizade…
Na minha mente tenho essa história, com princípio e sem fim…talvez.
Nela consta palavras ditas... que por outros mencionadas não significam o mesmo.
Na minha mente essa história tem cor e movimento, tem uma essência que não é camuflada… os choros e as alegrias são sentidas no limiar de cada sentimento que lhe é inerente.
Eu queria contar uma história de amizade…mas não quero. Como alguém disse e muito bem: o silencio, permite-nos ter uma vida por dentro! E nestes silêncios, tenho histórias para recordar e muitas vezes sinto que quase posso tocar nas suas personagens.
No final duma das minhas histórias, quase que podia terminar com um final tipo: mesmo afastadas, caminharam pelos dias com a consciência uma da outra, uma lembrando-se da outra a propósito de nada... e a outra guardando sempre algo que lhe ocorresse para lhe dizer mais tarde.

Parabéns pela história de amizade que me proporcionaste."

Feliz aniversário...
Tila de Oliveira

domingo, 21 de novembro de 2010

Apetece-me...ou talvez até não...

Há dias em que me apetece escrever desalmadamente... palavras esvoaçam dentro de mim sem qualquer pontuação. Um vómito de frases extasiadas de paixão, ladeado de pensamentos inconfidentes... recai no meu peito. A inquietação instalasse, seguida de um abrasamento inexplicável.
Vou ficar pela vontade de escrever, mas, desalmadamente vou querer ouvir as frases que ecoam dentro de mim e descodificá-las sozinha ou contigo.

Tila de Oliveira

Uma história num olhar....

Entro como se viesse sem ter chegado.
O sentimento que envolve é uma ausência num interior escondido, olhas-me sem me conseguires ver. Sinto uma intensa manifestação no olhar,que oscila entre a pressa de se mover sem rumo e a destreza de contemplares o teu vazio. Mistura os meus olhos com os teus e fica, como se nunca chegassem para repousar neles.
Não deixes morrer nenhuma lembrança,mas mesmo que desejasses, irias sempre ouvir o meu pensamento. Nos teus olhos vejo coisas que não posso tocar, mas posso trazê-las comigo e senti-las.

Tila de Oliveira

sábado, 25 de setembro de 2010

Guardem o melhor de mim...

Vários sentimentos vagueiam em mim…
A cidade que me acolheu á 19 anos, agora também se despede.
Noto a cidade diferente e até um outro olhar nas pessoas…como que sentissem o meu aperto e como que a desejarem …boa sorte.
A minha casa parece mais silenciosa que nos outros dias, sinto que se “calou”, para me deixar sozinha com as lembranças. Em cada divisão “vejo” histórias, jantares com pessoas animadas, murmúrios de confidências que aqui decorreram…quase que oiço gargalhadas e sorrisos contagiantes, choros de alegria e tristeza… consigo quase sentir abraços e beijos dados por pessoas especiais… visualizo ocasiões ímpares.
Quando fechar esta porta, tudo isto vai permanecer aqui, intacto…são as minhas histórias, e todas agregadas datam quase vinte anos de vida aqui.
Esta cidade deu-me a conhecer pessoas peculiares, transformaram alguns dos meus momentos menos bons em instantes aprazíveis, devido á grandeza de saberem amar. Muitas vezes ouviram os meus choros com nós nas suas gargantas, festejaram comigo aniversários e vitórias, deram-me a mão quando me senti mais frágil, arrancaram sorrisos rasgados a uma pessoa que quase nem sabia rir. Recebi abraços onde a intensidade deles não se decifram…apenas se sentem.
Em Braga algumas destas pessoas, ensinaram-me a não ter medo, disseram-me que chorar não é sinónimo de fraqueza, que dizer “gosto de ti” é fácil de se pronunciar. Cresci interiormente, fiz amizades para toda a vida, ganhei uma “mãe adoptiva”. Aqui fui “” sem nunca ter sido mãe, fui ouvida e admirada, tive sucesso e reconhecimento profissional, tive paixões intempestivas e um amor quase como o primeiro…nesta cidade, tive o privilégio de experienciar intensos sentimentos. Se fechar os olhos, sem um drambuie na mão e mesmo sem dançar…consigo trazer até mim apenas o muito bom que estas pessoas e esta cidade me proporcionaram viver.
O menos bom, serviu para fortalecimento pessoal…de onde tirei imensos ensinamentos.
Sei que nesta viagem, as barragens dos meus olhos vão abrirem-se sem autorização e aliado a tudo isto, uma saudade desmesurada. Mas tenho que seguir a estrada…sou uma guerreira e ninguém me tira esse rótulo. Sei que a tristeza vai invadir todos os recantos do meu ser, mas a destreza do meu pensamento vai impor-se a ela. Sei que o meu coração vai arrombar-me com batidas fortes e desmesuradas, mas a minha inteligência vai ter que calar todos esses ecos indesejáveis. Já vivo comigo há 44 anos, conheço-me bem…e para a nostalgia não se instalar em mim, tenho que superar todas as provas a que me proponho…e a meta é…recomeçar um novo ciclo e vencer mais uma vez.
Nunca gostei de partidas ou despedidas, aprendi que nessas horas não posso olhar para trás, senão é essa a imagem que fica retida em mim…
Desejem-me sorte!
Na minha nova cidade, espero encontrar pessoas especiais tal como encontrei em Braga, vou encher a minha memória de histórias, para um dia juntá-las ás que ficam dentro desta casa. Sinto que aqui fica sempre um livro inacabado, as histórias só têm um fim se quisermos…e aqui o fim não vai existir.
Aqui fui feliz e vou continuar a sê-lo, porque sei que para algumas pessoas vou permanecer viva dentro delas.
Guardem o melhor de mim…

Tila de Oliveira

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Levantem a mão, é dai até aqui...

Lá fora um sol estonteante, e dentro de mim um brilho cinzento que percorre todos os meus sentidos. Eu que adoro dias de sol…
Sinto uma saudade desmesurada, ainda pairam cheiros, olhares, gestos, sorrisos, abraços em tudo o que me pertence…é uma saudade que dói.
Viajo dentro de mim e pouco a pouco vou guardando tudo em “caixinhas”! Mais prateleiras, mais etiquetas com datas e nomes, mais história…para juntar á minha história de vida. As pessoas fascinam-me, umas pela essência de que são feitas, outras pelos olhares que dá vontade de entrar e ficar lá, outras pela forma como tocam no fundo da nossa alma, outras pelos abraças que nos dão...como se soubessem há muito qual o nosso melhor abraço.
Pessoas…porque é que umas são feitas de “carnes movediças”, isentas de sentimentos ou expressões afáveis, e outras de infinitas afectividades benéficas?!
Sei que por detrás deste brilho cinzento, vai suscitar um arco-íris…é impossível pensar em tudo sem existir cor.
Levantem a mão…é dai até aqui o meu gostar.
Guardem o melhor de mim.

Tila de Oliveira

sábado, 10 de abril de 2010

Hoje á mesma hora no pensamento...

Hoje á mesma hora no pensamento? Isto, se as discordâncias de horários persistirem.
Se vieres, entra e fecha a porta devagar, dispersa no chão cada letra do meu nome.
Hoje quero ser o teu Abril, não vou deixar morrer nenhuma memória recente… em Agosto prometo que vou ter saudades tuas e talvez em Outubro não me esqueço de chorar por ti.
Amar é a maneira como nos tocam no fundo de cada sentido, não conta o tempo que persiste o encantamento, mas a intensidade do instante. Abraça-me nos meus silêncios, entende-me quando falo com o olhar e deixa as perguntas para quando já nada interessa.
E assim, talvez um dia escreva um poema para uma canção, inspirada nos encontros de pensamentos.
Hoje á mesma hora no sitio do costume e trás um pensamento também.

Tila de Oliveira

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Apenas repetir...

Para ter muitos momentos de felicidade, só tenho de repetir mais vezes o que me faz feliz.

Tila de Oliveira

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Hoje faço 44 anos..

Hoje estou de parabéns. Faço 44 anos!
Muitos para alguns, poucos para outros. Para mim são exactamente 16.060 dias, nem mais…nem menos!
Gosto de fazer anos, receber prendas, abraços e beijos.
Gosto de acordar cedo neste dia, observar o espelho e dedicar-lhe um sorriso de orelha a orelha. Desprezo as rugas, a flacidez e o embaciado da minha pele e como hoje nada me entristece, até o próprio espelho desiste de me impressionar com estes pormenores.
Neste dia gosto muito mais de mim, de ti e até daquele.
Gosto de receber um telefonema de quem está longe ou um postal mesmo que seja do vizinho. Gosto deste dia seja segunda ou sexta-feira, trovoe ou faça sol…gosto, porque gosto. Gosto de fazer anos…apenas e só isso.
Neste dia, gosto de me ouvir dizer:”gosto de ti”, mesmo que as medidas físicas não sejam as desejadas, com cabelos brancos ou pintados…gosto e pronto.
Neste dia nunca me deixo para segundo plano, sinto sempre saudades minhas e mesmo que vá embora de mim…vou-me buscar e aperto-me até me sentir.
Neste dia, o pensamento embate nas vontades e juntos sobrevoamos a aridez das pessoas sem causar apertos. Nada me entristece ou deprime…o dia invade-me duma forma inexplicável, enche-me de vaidade pela pessoa que ajudei a ser. Os defeitos passam a ser prioridades em diminui-los, as qualidades fica a promessa de multiplicá-las.
Neste dia, não gosto que certas pessoas se esqueçam do meu aniversário, digam que estou velha ou que tenha de trabalhar.
Hoje faz exactamente 16.060 dias que nasci. Dias que carregam histórias verídicas, umas que parecem tiradas de livros infantis, outras de filmes para adultos…
Se quero prendas hoje? Claro! Vou receber algumas como é óbvio, mas as melhores, serão sempre aquelas feitas de carne e osso, acompanhadas de essências especiais, com sentimentos verdadeiros e grandes doses de companheirismo, amizade e solidariedade nos momentos menos bons.
Nos meus 43 anos estabeleci metas e objectivos, fiquei aquém deles. A nível profissional estive longe do pretendido, errei muitas vezes, cruzei sem conta os braços, tolerei situações sem limites, acreditei que os milagres ocorriam sem contribuir com a minha determinação…desta forma, o meu desejo é que os 44 anos roube os sonhos não cumpridos dos 43…e os concretize agora. Ganhar para mim é como respirar e há muito que não sinto as batidas duma vitoria, coisa que abomino.
Entrei com a “casa” arrumada neste aniversário. Fechei janelas e portas, enclausurei-me e encaixotei mágoas, emoldurei retratos, rasguei cartas com promessas não cumpridas, escrevi muito sobre mim e outras pessoas, pintei paredes de laranja, esclareci dúvidas. A todos os “porquês” obtive respostas sem reservas e omissões. Consciencializei-me de alguns sentimentos, gostares ilimitados e actos inconcebíveis.
Hoje, sinto que os finais felizes podem ser histórias por acabar, nos sítios onde se conhecem pessoas também nos podemos despedir delas…e no fim pensamos sempre como tudo começou.
Nestes anos, constatei que uma paixão pode ter a duração entre a toma dum Beneron e outro, ou entre uma e outra ida ao psiquiatra. Que posso ser a roda bem mandada na boca de alguém, que uma mão entrelaçada na minha tem o poder de estremecer um corpo inteiro. Estou ciente que para crescer não tenho de sofrer, para aprender não tenho que errar. Li em algures e arquivei no pensamento: “ vive cada dia como se fosse o último, porque um dia ele chega”, fiquei a saber que Bob Marley proferiu:” Eu não sou diferente, os outros é que são todos iguais”! Passei a “conhecer” e a gostar de Napoleão Bonaparte quando proclamou e bem:” a bravura vem do sangue, a coragem do pensamento ”. Concordo com Paulo Coelho quando li: “existe uma linguagem para além das palavras”, e tal como Salvador Dali eu sublinho: “em cada manhã que acordamos, experimentamos novamente um prazer supremo… o da existência”. Ouvi dizer que a pior morte é a nossa, que o amor pode perdoar infidelidades, mas nunca deslealdades.
Cada vez mais acredito, que basta um segundo para se desmoronar algo, que uma mentira pode prevalecer mais que uma verdade, mas…mas continuo a achar que uma verdade varias vezes dita…um dia é descoberta.
Nestes anos aprendi isto e não só como é óbvio…e com o passar dos tempos, também fiquei a saber, que fazer anos é tirar mais um ano há nossa vida, mas mesmo assim…gosto de os fazer…e fica a promessa que me vou fazer feliz.
Hoje, dia 15-01-2010 levantei-me cedíssimo, fui tomar o meu café lá abaixo e decidi ir pelo elevador, sim porque uma vez por dia subo as escadas até ao nono andar. Mas hoje, o elevador está especialmente apetecível, ele não anda… desliza. Parece que faz questão de me transportar serenamente de andar para andar. Se calhar nos outros dias também, mas eu nem reparava. Desculpa elevadorzinho J
Agora vou direitinha para um lugar ideal e já estou atrasada…o ginásio, cuidar do corpo e da mente.
Hoje estou de parabéns… é o meu aniversário…faço 44 anos!
Hoje vou beber não para esquecer alguma coisa… mas para lembrar tudo.
Já desejaram viver para sempre? Eu já! E hoje posso tudo.

Um beijo da Kotinha ás minhas pessoas especiais :)

domingo, 3 de janeiro de 2010

Estou estupefacta...

Estou estupefacta…
Hoje li um blog que me deixou de rastos. Pelo que estava escrito, pelo que acham e pelas mensagem que por lá deixaram…
As pessoas têm uma capacidade enorme de tirar conclusões precipitadas! Nem estou em mim ainda! Ver estampado num blog estúpidas suposições e comentários de pessoas que nem me conhecem! Estes cantinhos são mesmo umas “cusquices”, e eu ao escrever isto estou a ser igual.
Não sou a dona da verdade, sei os princípios de uma amizade, uns copos bem bebidos não é desculpa para nada …enfim. Ladeei com uma pessoa que tem mais coragem de escrever num blog que falar abertamente daquilo que lhe incomoda. Parabéns. E a quem escreveu comentários bem tristes, devo lembrar que não me conhecem de lado nenhum e devo acrescentar que sei o que é uma amizade.
Que 2010 traga a muita gente sensatez e humildade.