sexta-feira, 20 de julho de 2007

Momentos...


13-06-05
01h15m

Momentos…

Hoje tal como ontem e antes de ontem e outros tantos dias antes do hoje…lembro-me de ti. Lembro-me do sítio, da hora do dia, do ano, do mês…em que te vi pela primeira vez…
Passaram alguns anos, mas há momentos que estão tão presentes em nós, que parecem não envelhecer com o tempo… e como nós. A idade para alguns momentos não existe, o que existe mesmo e apenas só …é esse momento ou momentos.
Guardamo-los cá dentro, em sítios onde não haja luz, barulho ou visitas inesperadas. São os nossos momentos dentro de nós, relembrados em dias de momentos nostálgicos…
Quantas vezes pensamos encontrar a pessoa certa para os restos das nossas vidas? Quantas vezes temos essas certezas onde as incertezas não fazem parte das outras certezas? E quantas vezes interrompemos algo quando está no auge da nossa satisfação…e abandonamos, porque sabemos que chega o tal momento em que as coisas por elas próprias agonizam? È por isso que são melhores os pequenos momentos que os longos, aqueles onde nos preocupamos em manter para durar. Um momento é um momento e tem um tempo, e por norma os bons…duram pouco…por alguma razão…
Se pensarmos bem ficamos sempre melancólicos com os pequenos, mas com intensos picos e nunca com os duráveis…
Mas, estava a falar em ti e apeteceu-me dar-te uma “palavrinha” …de mente para mente! Sei que estarei eternamente dentro do teu peito, perfurado por um “xau”!
Lembro-me e nunca esqueço o teu toque, o teu cheiro, as tuas palavras que aromatizavam os tais instantes…lembro-me de entrares em mim no lugar onde pensavas ter sido só teu…lembro-me de te apoderares da minha alma sem eu dar por isso, mas somente nos tais momentos…porque nos outros, não queria que entrasses.
Lembro-me de esperar por ti dentro de mim, para que juntos fossemos por breves segundos, fazer aquela viagem rápida que atravessa oceanos, continentes e galáxias num êxtase sem fim de olhos bem abertos ou até fechados, mas cegos de prazer…esperávamos um pelo outro e partíamos ao mesmo tempo, para chegarmos juntos nessa viagem transcendente! Chegávamos abrasados, suados, mas cientes que percorremos um caminho onde cabia apenas eu e tu. Descolávamos o corpo um do outro com beijos, abraços e olhares que falavam em bocas humedecidas de prazer…
E acabava assim esse momento…
Outras noites e dias sucediam essas viagens possuídas de desejo, a chegada era desejada tardiamente, mas aquele percurso que nos levava ao mundo perfeito tinha que ser travado para durar mais tempo…
Mas, cada vez se tornavam mais curtas e esporádicas essas saídas lunáticas dos nossos corpos e porquê?! Porque a paixão vem rápido, e vai embora ainda mais depressa… a paixão não gosta de monotonia, não gosta de viajar no mundo dos encantos e dos feitiços sempre com a mesma pessoa…e então vai, quando todos esses lugares e recantos forem visitados apenas…uma única vez…
Existiu connosco aqueles momentos de… “o prazer morrer de prazer”! Mas quando isso deixa de acontecer…é porque na chegada dessas jornadas fantásticas, alguém chegou primeiro…alguém partiu primeiro.
Lembro-me de ti e irei lembrar-me sempre, porque em cada chegada havia também um ponto de partida. Nos teus lábios recordo o beijo ardente, dos teus olhos um mundo ilimitado de transparência onde reflectia tudo o que queria nos momentos que estava contigo…nos teus braços sentia um mundo forte e perfeito feito á minha medida! Lembro o teu corpo, que foi meu, nos momentos em que te davas a mim…aventurei-me nele as vezes que eu quis e inventei mil e uma personagens em ti …só para mim! Lembro-me das tuas mãos a palmilharem cada pedaço meu, inundado a minha mente com palavras escritas sem poderem ser lidas…
Ouvia o teu peito bater em todas as partes do teu corpo, o meu gemia baixinho…para tu não ouvires a pessoa por quem ele chamava!!!
Lembro-me de ti…porque me recordo …de quem eu amava…

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sentimentos e ecos da alma

Controlar os nossos sentimentos sempre foi uma tarefa difícil para qualquer ser humano,mas muito mais complicado é compartilhá-los com alguém. Podemos "vesti-los" com várias capas e pintá-los com variadíssimas cores, mas quando ouvimos o eco da alma...ficamos paralisados, desarmados e não conseguimos esconder nada de nós próprios...porque a alma fala.
A voz da alma é silenciosa, percorre todos os nossos órgãos sem deixar pegadas...vagueia no nosso corpo e apoderasse no nosso centro de emoções...o coração. Além de ter o trabalho árduo de estar constantemente a bater pela nossa vida, ele ainda tem de se preocupar com as palavras mudas que se transformam em ecos ...na alma escondemos as histórias proibidas, as tristezas mais profundas, as cicatrizes do tempo...
Sentimentos e ecos da alma...tudo o que o coração não controla!
A alma vive para sempre, mesmo quando deixamos de sentir que estamos vivos!