domingo, 22 de novembro de 2009

Traição ou opções?!

Traição ou opções?!

O que é trair?! Onde começa e acaba?!
Trair é amar uma pessoa e ir para a cama com outra? Estar com uma pessoa e pensar noutra? Ser incorrecta e injusta com um amigo? Pensar uma coisa e agir de outra completamente antagónica? Ser confidente de alguém e depois abrir a boca para o mundo? E trair os nossos princípios? Não será a maior traição?!
Tudo isto e não só é trair ou opções deselegantes. Onde começa e onde acaba? Penso que começa tudo no pensamento e termina na mesma no pensamento.
A traição magoa primeiro quem trai… trás desordens com gosto a fel. Quando o outro sente que foi traído, já tivemos as repulsas do nosso acto. A raiva de nós, o arranjar explicações ou motivos pelo qual traímos…o porquê!
Sentimos um silêncio dado a nós próprios, a oportunidade de não nos querermos ver á frente…ouvem-se palavras frias e cruéis a ecoar no pensamento ... a repugnância do nosso feito. Subtilmente sugerimos ao nosso cérebro as contradições do “ foi bom/ não valeu a pena” ou “ nunca vou esquecer/não me quero lembrar” ... ou “ sorrio / choro”!
Mais tarde deparamos com frases exclusivas e célebres:” errar é humano”! Passamos a dar-nos ouvidos, fazemos cortesia ao nosso “eu” e aceitamo-nos pouco a pouco…depois vem a saudade de nós próprios. Temos estas sensações antes do outro. Sentimos isto ... antes dele!
Depois podemos desculpar-nos ou não, esquecer ou não ... mas seja como for, nunca mais ousamos pronunciar que não voltamos a trair, nem há certezas do contrário. O acto de trair é uma opção…e os primeiros a saborearem esta escolha, são os protagonistas do acto.
Todos já traímos de alguma maneira, mas dá-se mais ênfase quando se trai numa relação conjugal.
Traímos porquê? Porque nos deixamos agarrar e se envolvam no nosso corpo? O que vemos no olhar dum “estranho”, e não naquele olhar sincero e seguro de quem nos ama? O que nos retêm ou acelera a respiração vinda dum desconhecido, quando temos um coração com um dono peculiar?!
O que se procura noutros braços ... o abraço certo? Abdicamos do beijo perfeito por um que nem nos pertence. Damos vez ao sexo com alguém “impessoal” e renunciamos ao amor e sexo com a pessoa que gostamos.
Somos um ser enigmático! Queremos o que não temos…depois olhamos para trás estarrecidos com os estragos que causámos.
Quem nunca traiu, um dia pode fazê-lo! Quem traiu…nunca se arrepende de o ter feito! E nunca dizem…nunca mais! Com estes, ficam histórias registadas com datas presentes e aliados a uma pessoa. Parágrafos de cenários coloridos…palavras com cheiro a pretérito, títulos tatuados com lembranças.
E o final…o fim, é sempre o mesmo!
A vontade de voltar ao sitio onde se foi feliz…mesmo que por breves instantes.

FIM
Tila de Oliveira

domingo, 11 de outubro de 2009

Fases da vida...

Fases da vida…
Nesta fase, vejo-me a apanhar cacos de “coisas” que estilhaçaram dentro de mim. Pouco a pouco, sozinha e em silencio caminho a apanhá-los, vergo-me as vezes que forem necessárias para ter novamente o que era meu. Apanho estes pedaços, acompanhada de lágrimas que ferem quando deslizam no rosto. Guardo e restauro o que danificaram sem dó nem piedade, escoltada de lembranças recentes. A devastação é inexplicável, mas reergo tudo com firmeza e no lugar desses fragmentos, semeio promessas …
Nesta fase, as promessas são antídotos para sairmos destes períodos...menos benignos da vida.

Tila de Oliveira

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Fica comigo esta noite...

Fica comigo esta noite…e amanhã… amanhã digo-te se quero que voltes.
Hoje quero-te junto a mim, sem perguntas ou porquês. Talvez o saibas…mas se responder, vou mentir-te.
Nesta noite abraça-me como se fosse a última, dá-me beijos demorados com diversos paladares…talvez goste e talvez queira que voltes depois do dia de hoje. Parte á deriva no meu corpo como se fosse a primeira vez, e se fores muito devasso… amanhã podes fazer uma nova viagem sobre mim. Envolve o meu rosto nas tuas mãos, declina o peito contra o meu, que eu…enlaço as pernas nos teus quadris, recebo a tua boca na minha e levo-te para lá de tudo com o meu olhar. Cobre-me de afectos contínuos e sente a desordem da pulsação, sela com a língua compromissos demorados em lugares escondidos…e amanhã, amanhã digo-te se voltas novamente.
Conta-me ao ouvido uma história indecente, concretiza-a enquanto a narras…porque amanhã, posso não querer escutá-la por ti. Esvazia a vontade de querer que fiques em mim, derruba vontades proibidas no meu corpo lotado de desinibições … e faz-me esquecer que existe um mundo lá fora.
Encobre-me entre ti e uma parede, faz-me acreditar em príncipes encantados, finais felizes e amores eternos…mas nada de exageros, porque as ilusões são perigosas.
Apaga o dia de amanhã e delicia-me esta noite com momentos maliciosos, retém-me no cume da erupção corporal…e invade todas as divisórias desprevenidas do meu ser.
Diminui o espaço entre nós, excede limites e vem comigo ao quintal do céu… talvez amanhã queira que voltes.
Hoje impera a imprudência, ladeada com delírios... rodeiam-se com emoções exaltadas de paixão.
O nosso jogo de palavras tornasse sempre interessante, porque existe sempre um certo jogo de cintura nas palavras…amanhã podes voltar e ficar…depois não sei.

Tila de Oliveira

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sei tudo isto...e não só.

Sei o que quero e o que não quero.
Sei os defeitos que contenho e as qualidades.
Sei quando magoam intencionalmente e quando é sem intenção.
Sei quando me iludem e sei as vezes que me surpreendem pelo lado positivo.
Sei quem me estende a mão e quem a resguarda.
Sei quem confia em mim e a quem posso confiar tudo.
Com tanta coisa que sei…já devia ter dado quatro chapadas a mim própria e acordar para a vida.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Parte do que sou...devo a ti.

Parte do que sou devo a ti.
Ensinaram-me a lutar sem ser preciso disparar armas.
Ensinaram-me a ajudar sem ser preciso esperar algo em troca.
Ensinaram-me a ir pela verdade num mundo de mentiras.
Corrigem-me erros sem julgarem.
Dizem-me verdades cruéis em privado, aplaudem-me em publico.
Empurram-me para situações dúbias, saio delas com certezas.
Ensinaram-me a “enganar” a tristeza com sorrisos … mesmo que “inventados”.
Ensinam-me a descobrir o lado bom das pessoas, inclusive os das mais pérfidas.
Aconselham-me a observar…quando tenho duvidas.
Convenceram-me a ser fiel aos meus princípios, mesmo quando o menos bom se instala na minha vida.
Fizeram-me acreditar num Deus que acarinha, mesmo que sinta o mundo a desabar.
Lembram-me para contar apenas comigo, se tiver mais pessoas…melhor ainda.
Dizem que sou a melhor angariadora de sonhos, mesmo que as evidencias o contradigam.
Disseram que a coragem e determinação nos levam longe, mesmo quando as pernas já não obedeçam.
Fazem-me ver que a força se avalia pelo agir, e não pelas palavras.
Ensinaram-me a tentar sempre mais uma vez, antes de abandonar um sonho.
Ouvem-me rir e ficam felizes, se choro recebo abraços.
Ensinaram-me a não ter medo… porque simplesmente não existe.
Hoje acredito que sou uma mulher destemida, incutiram em mim essa confiança. Aqui descrevi pessoas que diariamente me ensinam a crescer como ser humano. Com elas aprendi a diferenciar o bom do menos bom, convenceram-me que interiormente possuo a força e garra necessária para alcançar objectivos. Parte do que sou devo a ti, a ele, a ela…a vocês. Outros há que não gostam de mim, mas nem toda a gente tem bom gosto!!!
Convosco (os que me estimam, claro) aprendi a estender a mão sem olhar a quem, a ser justa e a pedir desculpa quando magoo. O que sou, advém um pouco dos ensinamentos provenientes destas pessoas, coabitam no meu pensamento… e cada dia que nasce, tê-las comigo é uma dádiva.
Mesmo com todas as vicissitudes da vida…viver é um prazer. “Tudo o que acaba deprime-me”, já alguém o dizia. Todos amamos coisas materiais, mas esquecemos que elas não sentem o mesmo que nós, enquanto que a vida…a vida de certeza que daria pela nossa falta. A vida só tem existência porque a colorimos, a movimentamos e… damos-lhe razão para viver!!!
Aos meus amigos …obrigada!


Tila de Oliveira

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ficou a promessa de voltares...

O sol piscou-me o olho pela manhã … senti-me assediada pelo calor que dele provinha. Baixei os olhos, corei … e segui o meu percurso. Senti-me perseguida pela minha sombra que se posicionava em vários sentidos, como se tratasse de um namoramento.
Quando o Sol concluiu o seu turno foi substituído por uma Lua esbelta. Atrás dela um fundo negro com pequenos pontos a reluzir.
Hoje tive um dia extraordinário.
Deitei o meu corpo na cama e fechei os olhos. O pensamento fez a amabilidade, de ir até á noite passada e recordar tudo … até ao momento de uma Lua elegante se revelar num céu tranquilo, passando por um Sol matreiro…cúmplice dum amanhecer inflamado.
Ficou a promessa de voltares, mas nunca de ficares mais que uma noite.


Tila de Oliveira

sábado, 25 de julho de 2009

Hoje estou assim...

Há dias em que a tristeza chega, “arromba a porta” e faz o que quer dentro de nós. Coloca nós na garganta, aperta o coração, estreita a entrada da felicidade…
Tristeza essa, que derrama debilidade mental e física.
Hoje estou triste! Sinto uma tristeza que entontece o meu cérebro…
Estou assim…porque nem todos os dias são como nós planeamos.
Tila de Oliveira

terça-feira, 21 de julho de 2009

Com a vida aprendi...

Com a vida aprendi …
Aprendi nos livros da vida a não odiar, mesmo aqueles que não gostam de mim. Que ter raiva é perca de tempo. Aprendi a limpar lágrimas, mesmo nos rostos de quem não me é especial. Com ela aprendi a esconder o meu choro, rasgar sorrisos quando muitas vezes me apetece “bater” no mundo e pronunciar palavras sórdidas. Ela ensinou-me a receber abraços e a abraçar com força e protecção sem querer ou propositadamente…e de todos eles, o que mais quero é aquele onde sinto abrigo, ternura e afecto.
A vida ensinou-me que me posso apaixonar por um sorriso, um olhar ou um gesto, mas também me lembrou, que a decepção pode vir atrás duma palavra ou de um acto. Preveniu-me que confiar é um passo arriscado, que a injustiça muitas vezes começa por nós, e para sermos felizes…não é preciso tanto como aquilo que ambicionamos.
Ensinou-me a desculpar, porque eu também já precisei de ser desculpada, a fingir ser forte nos momentos frágeis, fazer opções quando todas as escolhas me interessavam. Ela demonstrou-me que se perde pessoas, coisa que nunca quis aprender…mas, cada perca é uma estrela que elimina o céu. Obrigou-me a saber dizer “até um dia”, quando na realidade era um “até sempre”! Ela alertou-me que a pior morte…será sempre a nossa!!!
Hoje consigo ser positiva, mesmo nas alturas em que o mundo parece desabar em mim, porque no dia a dia tenho mais coisas para ficar feliz que triste. Todos os dias a vida presenteia-nos, não estamos é atentos ao que ela nos coloca diante de nós! Sendo assim, dos meus erros converti-os em lições, das vitórias objectivos alcançados, das derrotas promessas de não voltar a repeti-las, das traições oportunidades, dos medos retirei força, da idade experiência, das pessoas sabedoria. Consegui compreender, que desistir nunca faz sentido e que os sonhos podem deixar de ser sonhos quando acordamos!
Hoje sei sorrir quando alguém espera por um rasgar de lábios, tenho a percepção que podemos fazer sempre mais e melhor, que o difícil pode ser fácil desde que seja efectuado com prazer e o longe está sempre mais perto do que julgamos.
Hoje sei usar melhor a razão e a emoção com conta e medida, que gostar muito não desculpabiliza certos actos, que o amor eterno não existe nas relações e que amor e sexo são compatíveis.
Sei que a amizade é amor sem sexo…ou não. Sei que fui amada e rejeitada provavelmente…ou não. Sei que a droga é má…algumas. Sei que beber álcool faz mal … mas porque não ser imprudente ás vezes?!
A vida ensinou-me…que escrever faz bem.

Tila de Oliveira

domingo, 19 de julho de 2009

Hoje pus-me bonita...para mim.

Sexta-feira dia 17-07-09
Hoje pus-me bonita…para mim.
Levantei-me da cama assim que o telemóvel marcava no visor 8.45h. Vesti umas calças de fato de treino, uma camisola de manga curta e lá fui para o meu vício saudável…o ginásio. Fiz um aquecimento na passadeira, e depois…depois aula de Jump! Jump é uma aula com um gasto calórico alto, os movimentos são bastantes dinâmicos em cima dum mini-trampolim. È a aula perfeita para aumentar a resistência, a força muscular e tonificar os membros inferiores, é mais ou menos isto que acontece nestas super aulas. Também gosto do BodyCombat, consiste num programa adequado para todo o corpo. A combinação de movimentos de braços e pernas fortalece e tonifica o corpo, ao mesmo tempo que queima aquelas calorias a mais, além de melhorar a parte cardiovascular, postura, agilidade e flexibilidade. È uma actividade que nos dá a sensação de poder…o melhor para o stress e afastar temporariamente problemas, (é mais ou menos esta a explicação que os professores dão). Mas hoje a aula foi Jump.
No final… alongamentos! Uma parte que sabe sempre bem…
Depois de estar extremamente relaxada…balneoterapia. Um compartimento que nos leva para outros mundos. Tenho á minha espera um banho turco, lá dentro um aroma a eucalipto. Durante quinze minutos inalo este ar intenso, pelo corpo percorrem gotas de água sadias. Saio e espojo-me sempre num dos cadeirões, os ouvidos desfrutam da música de fundo, a mente desapegasse do mundo das rotinas e dos compromissos. Quase que adormeço…
Ofereço ao corpo mais dez minutos de sauna. No final, pego em mim e vou para o chuveiro, alterno um duche com água fria e morna. Espera-me o jacuzzi…delicio-me naquela “banheira” com jactos que massajam este corpo de metro e meio. Relaxo e volto ao assento onde quase se pode adormecer. Mas não posso dormir…são 11.40h.
Vou tomar o meu banho final. Durante 10 minutos o chuveiro não se cansa de embater em mim…mas é hora de me preparar. Passo o creme anti-rugas e reafirmante numa pele já meio envelhecida…estou pronta para enfrentar mais um dia. Saio do parque de estacionamento com destino ao trabalho, mas…mas altero o trajecto …vou pintar o cabelo. Os brancos reluzem muito…vou ter que lhes “tirar” esta luminosidade toda e dar mais brilho aos outros. Humm…gosto desta cor, minto-me pensando que aparento ter menos 5 ou 6 anos…os olhos discordam e da boca sai um sorriso meio envergonhado. Não discutimos e aceitamos a opinião do pensamento. Pareço mais nova!
O trajecto para o trabalho foi excluído. Decidi fazer uma massagem facial…a pele ficou macia e brilhante…como os antigos cabelos brancos!!! “Quantos anos tenho a menos agora”? Murmurei ao meu pensamento? Não obtive resposta, depreendi que ficou sem palavras…
Hoje pus-me bonita…para mim.
Cheguei a casa, escrevi um pensamento no Messenger e no h5, telefonei ás pessoas indispensáveis da minha vida, enviei mensagens a outras.
Vesti a roupa que mais gostava, coloquei um pouco de base… há, claro, estiquei bem as pestanas com o magnifico rímel da Oriflame. Sai, sorri mais que o habitual, pensei nos problemas…dei-lhes a devida atenção arranjando soluções, pensei mais em mim que nos outros, tomei um café curto, fumei um cigarro….sim, sei que não combina com o que faço todas as manhãs!!! Parei em mais passadeiras para dar passagem aos peões, e conduzi até á empresa com um único objectivo… vender! Vendi 5 serviços! Coincidências?! Não sei se existem…mas que hoje pus-me bonita para mim…pus!


Tila de Oliveira

terça-feira, 14 de julho de 2009

Sem titulo...

Hoje fui a um passado longínquo…estavas lá tu.
Sentei-me e revi fotografias quase sem cor. Recordei contigo dias que ultrapassavam noites sem darmos por isso…
Fui á gaveta das minhas lembranças e li todas as tuas cartas…
Fiquei triste por saber que foste para o tal lugar sem nome…hoje conseguiste banir de mim sorrisos. Culpei-me por não te procurar, por não ter ido visitar-te nesse lugar frio com muros que dividem um mundo de outro. Atrás dessas grades, provavelmente sentiste o desapego de muita gente, a ausência de afectos…e que tanto gostavas. Os anos que estiveste nesse cubículo, não te levaram á recuperação ou ao afastamento dessas substâncias estúpidas. Nesse lugar, deixaste de saber sonhar com um mundo cá fora, conseguiste que a morte superasse a vida… a tua vida.
Lembro com carinho o teu olhar! Sentia-me sempre protegida quando estavas comigo…nada sucedia de mal.
Sempre caminhaste no limite da vida, até que ela te atraiçoou… lamento tanto a tua partida João…tanto.
Apetece-me chamar-te nomes horrendos, mas a única coisa que me ocorre é a palavra…amigo. De ti, só posso recordar essa grande cumplicidade e afecto mútuo.
Hoje…hoje queria um charro feito por ti… queria que me dissesses novamente como se fuma …e, queria dizer-te o que sentia. Depois disto, ouvir as tuas e as minhas gargalhadas, beber vodka na Donald, passar horas a conversar no IT, juntarmo-nos aos nossos 330 amigos mas que se resumiam na verdade a dois ou três …e acabarmos no bar habitual até de manhã.
Hoje queria que fosse assim novamente…porque se assim fosse, estarias ainda aqui.
Vivias num mundo onde eu não queria viver, mas de vez em quando entrava nele e acompanhava-te. Alguns actos menos próprios alinhei contigo…outros recusava, porque gostava mais de mim. Era sempre só essa vez…e a seguir a essa vinha mais uma, outra e outra… até que, já não existem mais vezes.
O teu vício levou-te para espaços onde a saída era minúscula, conseguiste a proeza de morrer com todas as doenças que advém dele. De que cor foi o teu céu antes de partires? Seria colorido como o das vezes em que era “só mais esta vez”?! Acho que sempre foi cinzento João…e nunca multicolor.
Vou-te recordar, até ao momento em que não havia essa famosa frase irritante ”só desta vez apenas”, esse é o tempo que quero lembrar-te. Um João sem vícios!
Estejas onde estiveres…um beijo.

Tila de Oliveira

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pensamentos...



Pensamentos…

Há pensamentos que nos faz reflectir bastante. Eles são, a expressão perfeita para presentear alguém, ou até a nós mesmos.
Podem ser o despertar para um mundo real ou a dica exemplar para nos resguardar dos outros.
Eis alguns pensamentos, que nos deixam a pensar:

- "Há amigos que levam à ruína e há amigos mais queridos do que um irmão".(Livro dos Provérbios 18,24)
- "Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única".(Albert Schweitzer)
-"O mentiroso faz dois esforços: mentir e segurar a mentira".(Júlio Camargo)
-"Todos os homens que não têm nada de importante para dizer falam aos gritos".(Jardiel Poncela)
-"As palavras que não são acompanhadas por factos não servem para nada".(Demóstenes)
-"Há três tipos de pessoas: as que fazem, as que vêem fazer, e as que perguntam o que aconteceu".(John Newborn)
-"A pessoa justa não é a que não comete nenhuma injustiça, mas a que, podendo ser injusta, não o que ser".(Menandro)
-"Faça o que fizer, a mulher tem de o fazer duas vezes melhor do que o homem, para que se lhe dê igual valor. Ainda bem que não é difícil".(Charlotte Whitto)
-“Não acredites nem nos que pedem emprestado, nem nos que emprestam; porque muitas vezes, perde-se o dinheiro e o amigo...e o empréstimo”.
-"A consciência é o melhor livro de moral e o que menos se consulta".(Pascal)
-"Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa substância".(Anatole France)


Tila de oliveira

domingo, 21 de junho de 2009

Velhos...


Velhos…

Quem são e de que são feitos?
Chamamos velhos, àqueles que criaram filhos e muitos com poucas possibilidades, aos que cuidaram dos netos para amenizar um pouco a vida dos pais destes. Designamos de velhos, àqueles que a vida foi madrasta, mas que, mesmo assim transmitiram aos descendentes normas de conduta exemplares.
Os velhos, são esses indivíduos que deambulam no mesmo planeta que nós! Trazem consigo olhares vagos, histórias singulares e autênticas. Muitos, nem sabem a idade…porque a memória os traiu! Mas o caminho que percorreram deve ficar na lembrança daqueles que os viram envelhecer.
Aos nossos velhos incumbe-nos dar-lhes atenção e respeito, a experiência deles não vem em enciclopédias, a maneira incomparável de amarem não se aprende nas escolas. Mas infelizmente, muitos seres têm a arte de os desprezar e observá-los com olhos invisíveis.
Quantos velhos se aperceberam que estavam vivos próximo do desfecho das suas vidas? A muitos, a vida não lhes deu tempo para usufruírem da infância, a outros ocultaram-lhes a passagem pela adolescência. Muitos aperceberam-se da velhice, no instante em que as suas mãos deslizavam num semblante rugoso…
Cada ruga soma uma batalha ou um sofrimento acrescido do habitual. Estes seres com décadas em cima, vemo-los muitas vezes nos bancos de jardim em monólogos constantes. Esperam um sorriso, um olhar compassivo ou um aceno mesmo que envergonhado. Devemos-lhes mais que aquilo que concedemos.
Carregam na alma humildade desmedida, transportam nas palavras melodias aprazíveis aos nossos ouvidos, suportam no olhar uma vida sem limites e despido de vontades próprias. E as mãos…as mãos ainda que trémulas, conseguem demolir com gestos subtis a mágoa que sentem ao ouvir chamar-lhes …de velhos.
Valorizá-los é uma sentença que lhes assiste, faze-los sentir indispensáveis é uma de muitas formas de evidenciar o nosso gostar ilimitado e sem tamanho. Estes “semideuses” amam e nada mendigam em troca.
De que são feitas estas pessoas?!
A idade deles, é brutalmente punida por muitos indivíduos que vasculham enciclopédias e estudam em escolas. Muitos ignoram a essência destes seres sublimes. A terceira idade não tem de ser olhada com compaixão, mas sim presenteada com o sentimento mais nobre que existe… gratidão. Eles são protagonistas de vivências notáveis e omitir a existência deles, é abolir um pouco a nossa história. As mãos que ajudaram a darmos os primeiros passos existem, e no meio de tanta fragilidade ainda estão aptas para nos amparar. Os olhos que nos seguiam atentamente, assim como o corpo que nos protegeu nestes anos todos, subsistem com a mesma intensidade.
Não seria mais correcto chamar a estes velhos de heróis?!
Heróis por terem sobrevivido a tantas vicissitudes da vida, por terem que lutar pelos outros esquecendo-se deles próprios!?
A isto eu denomino de heróis. Os nossos …heróis.
A eles deixo esta mensagem: “Não deixem que ninguém vos humilhe sem a vossa autorização”.
Aos que rejeitam estas pessoas, relembro este pensamento: “As mãos dos velhos nunca vão ser como as nossas…mas as nossas, um dia vão ser como as deles”!
Pensem nisto.

Tila de Oliveira

sábado, 13 de junho de 2009

Uma carta para Deus...


Uma carta para Deus!
Porque não?
Olá. Espero que esta carta te vá encontrar bem de saúde, que eu, graças a ti estou bem!
Apelidam-te de diversas formas, eu evoco-te sempre com: “meu Deus”. Nunca te vi, mas acredito que existes e evidencias-te de variadíssimas maneiras. Nunca ouvi a tua voz, mas sinto-a em tudo o que é belo…
Uns acreditam em ti, outros não…e ainda há quem tenha vergonha de o admitir.
Penso que todos crêem em algo, se assim não fosse, quando muita coisa menos boa ocorre, não chamaríamos por ti. Milagres não existem, mas cremos por um, principalmente, quando o homem dá o último testemunho em relação a algum ser que está prestes a agonizar.
Sempre tive grandes “conversas” contigo, desde que me conheço como ser pensante que o faço. Já tivemos diálogos a correr bem, outros…virava-te costas simplesmente. E quando voltava, sentia que nunca tinhas saído dali…sempre me vigiaste.
O facto de te sentir próximo, aquieta os meus medos. Imagino-me de mão dada contigo desde o primeiro minuto de vida, mas também, tenho a percepção que serei conduzida por essa mesma mão, no dia que embarcar na tal viagem sem volta.
Das perguntas que te faço, nunca obtenho resposta na hora… encontro-as sim, mais tarde em vitórias, derrotas, surpresas ou em sinais benignos vindos de pessoas singulares…tudo se encaixa duma forma sem explicação, mas que tem sentido. Esta é a forma única de comunicares, que eu entendo…e á minha maneira.
Connosco, não há dicionários para traduzir pensamentos cristalinos ou imperfeitos, não são necessários intérpretes para dar interpretação a idiomas…porque as palavras são absorvidas pela mente e trasladados a ti por telas soberbas. A malícia não é julgada por ti, mas sim debatida. Os erros não são apontados, mas sim lembrados. O pecado…o pecado, é apenas uma transgressão e que é redimido ou não por nós próprios. A maior sentença é aquela que é dado por nós…Deus não pune, absolve.
Enquanto que o ser humano olha o exterior, tu contemplas o meu âmago. Avistas com os meus olhos, lugares que ficaram vazios dentro de mim, importas saudade no tempo devido, levas a tristeza quando está excessivamente intrínseca na alma…mas fazes tudo subtilmente, sem dar conta, sem quereres enaltecimentos ou medalhas…porque essas, quer o ser humano.
Quantas vezes calas a minha voz!? É nessa mudez, que engulo palavras embebidas em lágrimas, e nesse intervalo de embriaguez provocado por desequilíbrios emocionais, fujo no teu olhar inventado por mim. Nestas viagens perco-te o rasto, mas nunca te sinto ausente e adquiro a paz que preciso diariamente.
Às vezes pareces-me velho, com barbas brancas e enormes, onde seguras com firmeza um cajado, e com vestias brancas escondes esse corpo sem altura definida ou idade precisa. Imagino-te sentado, sem pensamentos estudados, um autêntico eremita sob um céu branco…
Mas, há dias que te vejo como um puto, desprovido de malícia, carregado de sonhos sobre os ombros, á procura de quem te queira ouvir. Sinto, que esta seja a tua labuta diária, quereres que te ouçam, e se calhar, se pararmos para te ouvirmos, os sonhos seriam mais acessíveis de se alcançar, as tristezas mais fáceis de administrar, os desencantos mais simples de os transpor, as perdas mais capazes de digerir.
Muitos dos teus dias, devem ser vividos com aparatosas gargalhadas sonantes, provenientes destas nossas inquietudes ineptas.
Inventamos guerras e o inimigo somos nós, disparamos armas para aniquilar quem nunca nos fez mal…somos demolidores de raças. Depois revoltamo-nos quando alguém falece e perguntamos…”onde está Deus”?! È certo que aguardo por muita resposta da tua parte, mas depreendo, que talvez seja esse o mistério em que estamos envoltos. Porque se morre tão precocemente, o motivo de tanta pobreza, doenças sem explicação, tanta rebeldia na natureza com fenómenos que nos transcende…são perguntas onde as respostas não chegam.
Eu, pressinto que sejas muito mais que um velho de barbas sem idade, ou um puto com ideais e expectativas. Tal como nós, tu és aquilo que queremos que sejas…não sei.
Dai, cada um ter um perfil de Deus… idealizasse um Deus da forma que nos convêm! Cremos que, inventando-te serás fiel aos nossos segredos, ouves preces, trazes para mais perto horizontes longínquos, amenizas a dor, sentimos força celestial inexplicavelmente…enfim, és um deus.
Será que no fundo…és apenas um pensamento? Um pensamento que se abastece dentro da mente? Talvez possas ser isso mesmo, o outro lado de nós próprios e que desconhecemos. Mas para mim, continuas a fazer sentido na minha vida…
És a minha gaveta de segredos, o confessionário sem divisões, a minha plateia preferida, o olhar mais eloquente e tenro, a mão mais segura que me guia e sem enganos, a voz que nunca me cansa…se és velho, um puto ou um simples pensamento, nada interessa, o que importa é que fazes sentido junto de mim.

Por hoje é tudo, despeço-me e espero que esta carta te vá encontrar bem de saúde, que eu, graças a ti …estou bem.


Tila de Oliveira

domingo, 31 de maio de 2009

Desilusões...



Detesto a palavra desilusão.
Toda a gente já teve o sabor dela. È amarga e áspera em simultâneo. Tem uma coloração desinteressante, nada se associa ao muito bom.
Todos já sentimos na pele desilusões!
Desapontamentos por perdermos, decepções por parte de criaturas com pouco escrúpulos…
Até nós, já fomos desiludidos por nós próprios! Por acreditarmos piamente em quem não devíamos, por deixarmos fugir pessoas de boa índole e conceder atenção e auxílio a quem não merece nada de nada…Pior ainda, por não termos detectado em tempo real a isenção de essência desses seres imprudentes.
Desiludidos connosco próprios, por deixarmos fugir oportunidades ímpares, de olhar o pódio e não estar nele, de bater palmas em vez de as recebermos, de ouvir em vez de proclamar…

Desiludo-me comigo, quando pressinto que dei pouco de mim em certas circunstâncias, quando fico em segundo lugar, quando perco, quando fiz algo que não foi quase perfeito, quando não fiz nada do que tinha planeado…quando não estou alerta em relação á sociedade que me rodeia…
A desilusão vem sempre ladeada com arrependimentos retardados…e depois sentimos esses dois sentimentos a olham para nós, escoltados de uma consciência de ecos gritantes, onde outrora murmuravam veracidades…mas que não lhes dávamos a devida atenção.
Estou desiludida comigo. Trai-me, dei mais do que devia, acreditei mais do que mereciam…distanciei-me um pouco dum objectivo, acreditei que amanhã era outro dia, dormi em demasia, perspectivei muito e agi pouco…desiludi a pessoa que mais orgulho tinha em mim…eu própria.
Não quero bater palmas aos outros, ouvir oradores, contemplar pódios…
Hoje vou arrumar-me numa prateleira e tiro-me de lá, quando achar que a minha estupidez foi redimida. Vou olhar-me pela estante durante um tempo indeterminado, para que essa imagem fique tatuada em mim.
Hoje, vou arrumar-me numa prateleira…empilhar orgulhos e rasgar desapontamentos.


Tila de Oliveira

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A dança da sedução...



Todos nós gostamos da dança da sedução. Quem ousa dizer o contrário…mente.
Este bailado de procurar no outro, a melodia que nos faz despertar para desejos intermináveis, faz com que, o nosso corpo e mente balancem num ritmo orquestrado pela habilidade de cada um. As palavras, deixam de ser necessárias para compor qualquer sol-e-dó deste baile a dois…um gesto qualquer de mão, um olhar mais moroso e acanhado, um sorriso pouco rasgado ou até um movimento menos flutuante, faz germinar denotações mudas, mas que o outro assimila.
Numa dança de sedução, não há a obrigatoriedade de se finalizar numa cama!
No gostar de ser seduzido, há espaço para seduzir também… e neste limite de área onde os aliciamentos se enlaçam apenas com quereres do pensamento, as palavras perdem a voz…desmaiam em gargantas que se fecham, sem sonâncias e tonalidades.
Quem nos dera sair á rua e as pedras da calçada se juntassem para passarmos, e com meio metro de pernas á mostra o trânsito embatesse em filas descomunais…
Quem não gostava, que no outro lado duma porta alguém a abrisse em ala para nos ver passar? E neste requinte de delicadeza, seguissem nossos passos como se fossem anjos sem asas? Quem não gostava de ver pessoas a embater em postes onde residem há anos? Casalinhos que prometeram juras de amor a discutirem por nossa causa? Dá-me vontade de rir, se neste instante alguém discorda com tudo isto! Como alguém já o referiu “ não me chamem aquele nome que começa com um P e acaba num A, onde pelo meio tem um U e um T”! Santos e santas, foi em séculos passados. Todos temos dentro de nós, num canto qualquer, uma gaveta ou armário de “obscenidades”, disponíveis para uma dança de sedução…
A música toca, resta iniciar a dança…com uma proximidade libidinosa de sedução.

Tila de Oliveira

domingo, 5 de abril de 2009

Enfim...drogas.


” A droga é má, porque é fantástica”! Paulo Coelho.

Um gesto como outro qualquer…elevasse a mão em direcção á boca acompanhada de uma substância que nos leva para lugares diferentes.
Uma linha á nossa frente pronta para ser inalada, conduz-nos para lugares que não duram.
Um frasco aberto num canto qualquer e leva-nos por segundos a percorrer espaços escoltados com emoções ao rubro.
A prata acalorada por um isqueiro viciado e já sem cor…o cheiro desapega o corpo da mente como se fossem estranhos…
Na língua um timbre… o passaporte autenticado para outras galáxias.
Um “charro” bem batido, passado de mão em mão, retido de boca em boca…
A relação é amor/ódio! È amor desde o primeiro gesto até ao momento do auge…é um “faz de conta”!
Ódio, quando deixa o sabor amargo a solidão e angustia…ou quando deixa a pulsação a palpitar desmedidamente sem se conseguir controlar…esse é o bater mal de algumas coisas.
O corpo dói e a dor vem acompanhada de ressacas profundas! Todo o corpo se lamenta…e a mente não se organiza! È a oportunidade dela beneficiar das restantes substancias, que ainda planam no cérebro.
Tudo é trémulo, deprimente e negativo! È o preço da droga…este é o seu verdadeiro custo. Tal como concede o mais agradável e belo… o disforme e o angustiante similarmente chega…mas também passa.
Por isso o desejo de recorrer repetidamente á realização dos tais gestos…
Sabemos os prazeres que dá, assim como os desprazeres…mas somos peritos em saber como controlar…basta esperar que desapareça ou consumir mais uma dose…
Se a droga consegue conduzir-nos para sítios transcendentes e inimagináveis, é lógico que em contrapartida quer igualmente presentear um pouco do seu lado fundo, sombrio e horrífico. Tudo tem dois lados… ela também.
Ela distribui os sentimentos além do habitual…é esse o seu propósito.
A partir do instante que se consome, percorre o corpo para alterar tudo…é um prazer fazê-lo! Tudo se torna perfeito...mas é tudo uma ilusão! “As ilusões são perigosas, porque não têm defeitos…” a rigidez dos membros e dos maxilares faz-nos companhia por algum tempo, os dentes rangem numa linguagem só deles, a secura é saciada, a sudação chega transportando calor impróprio.
A noite fica com cor, magia… está completa. Ela fica sócia da beleza e sensualidade. As cores reluzentes combinam com a música, o impossível não existe! Aliado a tudo isto, um desejo de abraçar, beijar… e envolta numa sensualidade despida de inibições.
Não somos nós, somos apenas corpos sem pensamentos isentos de sensibilidades reais, deambulando ao sabor de substâncias que dão prazer ou não durante um tempo limitado…isto é o poder de um simples gesto.
Os meios onde paramos são propícios…é um gesto simples!
Olho um, olho outro e vejo olhares vagos e distantes, ou brilhantes demais! Alucino com fantasmas que me perseguem, vestidos de pessoas reais…
Tenho medo! Nos corredores esguios e escuros vagueiam multidões de pessoas com diversos semblantes e adulterados! Uns riem-se, outros gritam, outros…outros não subsistem, eles apenas existem na cabeça…
Com ela o medo pode também não existir, os pensamentos nascem e morrem rapidamente.

O despertador toca! O inconsciente levou-me a lugares pérfidos.
A minha maior droga é ser viciada na Vida!

Os consumidores de drogas não são apenas os que arrumam carros, que dormem em becos e que pedem dinheiro naquele tempo em que conseguem estar de pé. Como alguém referiu e bem:” Alguns, adoram dançar, têm imensos amigos, trajam com um gosto impecável. Estas substancias são usadas em ambientes de festa, de preferência ao fim de semana, com muito glamour e prazer de viver á mistura. Muitos conseguem ter uma vida equilibrada durante a semana, trabalham ou estudam. Mas á sexta-feira não resistem ao apelo da dança e aproveitarem cada minuto para recorrem ao poder dos químicos.
Surpreendente a quantidade que é consumida e a facilidade de acesso a eles”!


Otilia de Oliveira

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Um corpo nu...


Um corpo nu…
Diante dum espelho tiro uma, outra e mais outra peça de roupa! Vou ficando desnudada, sem etiquetas a revelar o valor das calças ou da camisola…
Opto pelo vestuário mais singular e genuíno que arrecada o corpo…a minha pele. Diante deste corpo nu contemplo cada palmo de pele, como se fosse desconhecido. Eu e ele apresentamo-nos com toques suaves e estremecemos em cada encontro de pensamentos impuros. Gosto destes sobressaltos a mim mesma…
Eu posso olhar o mundo e não simpatizar com coisas que contemplo, mas posso olhar o espelho e vibrar com a imagem que ele reflecte. Nestes encontros comigo mesma, posso rasgar tempos e transpor fronteiras desmedidas á velocidade do pensamento. Posso pegar em mim, abraçar um sonho qualquer e juntos fugirmos para onde a realidade nos nega. Comigo não escuto despropósitos, renuncio á hipocrisia e tenho destreza que baste para não dar importância ás duplicidades da sociedade.
Diante deste corpo nu, não me sinto só…mas se o sentisse, é porque “em vez de ter construído pontes, tinha erguido muros” ao meu redor.
O espelho retrata o corpo despido, o meu olhar manifesta fraqueza sobre ele...e segue as linhas do âmago sem tropeços. Vagueiam de órgão em órgão e trazem ao de cima a tal autenticidade que existe em cada um de nós…é neste preciso instante que todas as “peles” ficam prostradas a nossos pés. Esta nudez só traz incómodo quem tem receio de se encontrar consigo própria! Podemos até ficar desiludidos com a essência dele, mas pior é tentar despistar a decepção…
Como alguém disse e bem:” Não faças da tua vida um rascunho, podes não ter tempo de o passar a limpo”!
Diante do corpo despido, é fundamental termos coragem para retirar todos os rótulos que pendurámos em nós. Melhor que o espelho a reflectir o corpo sem vestias...é a audácia para despir a alma.

Tila de Oliveira


domingo, 22 de fevereiro de 2009

O teu sonho...



Sei que não exprimo da melhor maneira o meu contentamento, ele é isento de qualquer expressão facial, o que leva a pensar que estou descontente com a felicidade de alguém!
Mas, sempre que alcançares um sonho ficarei feliz, porque nos meus objectivos a concretização dos sonhos dos que amo também são vitórias para mim.
Expressar-me oralmente é complicado, vaguear nestas teclas é bem mais simples. Por esta razão, quero dizer-te que estou muito orgulhosa e feliz por ti!
Não importa as vezes que cais, o que interessa são as vezes que te levantas…e se algum dia for complicado ergueres-te, acredita que mesmo com este meu mau feitio, eu vou estar contigo…estejas onde estiveres.
No dia do teu lançamento, quero “apanhar” o teu sonho, patente em folhas que tu própria encheste de palavras, derivando dai a primeira de muitas edições. Congratulo-te pela capacidade que tens em traduzires coisas menos boas em eufemismos, felicito-te pela escrita cuidada e bem explícita, para que todos possam entender.
Depreendo que é nas escrita que também te perdes…e encontras.
Há coisas, que nos são inerentes desde o primeiro batimento do nosso centro de emoções.
Napoleão Bonaparte disse “ A bravura vem do sangue, a coragem do pensamento”! Estes são estados invisíveis… que residem sé em alguns seres! È impensável cruzar os braços quando se “padece” destas energias, os dias nunca são iguais, as histórias nunca são repetidas, os sonhos nunca se esgotam …e ao contrário de muita gente, consideramos sempre: seja qual for a idade que tenhamos…podemos iniciar sempre algo de novo.
São estas vontades intermináveis, que nos faz lutar muitas vezes contra sociedades de mentes retrógradas! A diferença entre grandes pessoas e pessoas, distinguisse não só mas também, pela dimensão dos desejos e objectivos a concretizar…
Nunca é tarde para principiar algo, não é vergonha errar, não é desprezível perder! Horrendo é não concluir nada, não lutar pelos nossos ideais, reprovar e não conseguir fazer igual ou melhor…
A melhor lição de vida que posso deixar nesta folha, é que: Os sonhos deixam de ser sonhos quando se alcançam, e muita gente vive uma vida inteira a sonhar…porque não conseguem passar do sonho para a realidade!
Parabéns por mais uma etapa!

Next dreams Marisa.

Um beijo da “bó” belhinha.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Gosto de...


Gosto de…
Gosto de conduzir. Gosto de escrever. Gosto que me digam que não vou ser capaz. Gosto de café. Gosto de usar cremes. Gosto de abraços e beijos no pescoço.Gosto de ginásio. Gosto do cheiro a terra molhada na primavera. Gosto de vinho. Gosto de Drambuim. Gosto de musica. Gosto de dançar…
Gosto de receber cartas, de receber telefonemas. Gosto do momento em que acordo pela manhã. Gosto de esplanadas á beira da praia. Gosto de estar espojada no meu sofá enrolada num cobertor, quando lá fora está frio e chove. Gosto de usar salto alto. Gosto de ouvir Mafalda Veiga. Gosto de festas na cabeça e de massagens. Gosto de jantar fora. Gosto de regressar a casa. Gosto da minha cama.
Gosto de estar á lareira e olhar para o lume. Gosto de viver. Gosto de fotografias a preto e branco. Gosto de dar prendas a mim própria e receber dos outros. Gosto de surpreender e ser surpreendida pela positiva. Gosto de livros, do cheiro deles e lê-los. Gosto de conhecer pessoas, mesmo as que me assustam. Gosto das trocas que a vida dá para tirarmos lições. Gosto dos malabarismos que o ser humano faz quando tem a vida virada do avesso.
Gosto de perspicácia e de pessoas determinadas. Gosto de olhares. Gosto de copos meios cheios. Gosto de observar. Gosto de me olhar ao espelho. Gosto do sabor da vitória e do sucesso. Gosto de dinheiro e do que se pode fazer com ele. Gosto de montes alentejanos. Gosto de cavalos, cães e gatos. Gosto da minha família e dos meus amigos. Gosto de ser útil, de ser reconhecida profissionalmente.
Gosto do sabor a desejo. Gosto de ser conquistada. Gosto de receber rosas “champanhe”. Gosto de Mercedes e de BMW. Gosto de pessoas mais idosas e de crianças. Gosto de calças de ganga. Gosto de “Tops” decotados e de sapatilhas. Gosto do cheiro da Primavera. Gosto das folhas castanhas no Outono, do Verão para andar com pouca roupa.
Gosto de olhos negros, de peles morenas. Gosto do azul do céu, de olhar as estrelas, de admirar a lua e sentir o Sol na pele. Gosto de sorrisos, de dentes bem tratados. Gosto de sauna e hidromassagem. Gosto disto tudo ... e muito mais.

Tila de Oliveira

O meu dia 15-01.66...


O meu dia…
Há 43 anos nasci!
Pelo que dizem, vim sem contarem…mas fui bem-vinda!
No meu dia, olho para os problemas e rio-me deles! Tiro um extrato da minha conta bancária e desato á gargalhada! Observo o meu cabelo, vejo que tenho poucos castanhos e muitos de outra cor…tenho de pintá-los, os castanhos claro!
Neste dia, não procuro rugas no meu rosto e nem as encontro! Noto, é que tenho por aqui uns traços mais profundos, mas nada de mais! A celulite fica bem com o que trago vestido! Aquela coisa a mais que tenho ao redor da minha barriga, hoje dá-me jeito…fico mais redondinha e até quentinha!
No meu dia, não ligo á idade real. Não me incomoda o ano do meu nascimento… até acho piada ao ano 1966!O menos bom transformasse no muito bom e bonito!
Mas no dia seguinte…no dia seguinte, concluo sempre que a minha única droga…é o medo!
O medo do dia de amanhã, da semana que vem…do ano que vem. O medo do cavalo do “tempo”! Sinto-o a cavalgar ano após ano, onde me leva até á velhice! E eu não estou preparada para a receber, sinceramente!
Gosto de viver, mesmo com todas as vicissitudes da vida.Gosto do tal momento pela manhã…quando acordo e sinto o meu coração bater, gosto do instante em que o pensamento quer ir para o ginásio, mas o corpo desobedece…mas depois, entram num pacto e lá vou eu zelar por este corpo de meia-idade.
Gosto da vida…
Gosto da sensação de ver pessoas que gosto, de telefonar ás que estão mais distantes…gosto de poder usufruir das coisas que a vida tem, gosto de sentir saudades e depois “matá-las”…
Dizem que, envelhecer hoje em dia já não é uma arte…é um pesadelo. Não sei, nem sei se quero pensar nisso…sei que muita gente separa o amor de viver com o desejo de viver, para mim o amor e o desejo estão ligados. Nada faz sentido se assim não for.
Mas hoje, a infelicidade não existe…nem tão pouco o receio do cavalgar do tempo! Só acho que uma vida é tão pouco ou pequena para o que queremos fazer ou para o que sonhamos idealizar!
Nos meus 43 anos a conclusão que tiro, é que: ao longo destes anos todos, é na “dor” que vou buscar toda a minha força e garra, para seguir em frente.
Hoje estou de parabéns…porque faço anos.
Um brinde a mim, e a quem gosta de mim! Aos que não gostam, pensem bem na estupidez de pensarem dessa forma . J
Um beijo a todos



Tila de Oliveira