domingo, 22 de novembro de 2009

Traição ou opções?!

Traição ou opções?!

O que é trair?! Onde começa e acaba?!
Trair é amar uma pessoa e ir para a cama com outra? Estar com uma pessoa e pensar noutra? Ser incorrecta e injusta com um amigo? Pensar uma coisa e agir de outra completamente antagónica? Ser confidente de alguém e depois abrir a boca para o mundo? E trair os nossos princípios? Não será a maior traição?!
Tudo isto e não só é trair ou opções deselegantes. Onde começa e onde acaba? Penso que começa tudo no pensamento e termina na mesma no pensamento.
A traição magoa primeiro quem trai… trás desordens com gosto a fel. Quando o outro sente que foi traído, já tivemos as repulsas do nosso acto. A raiva de nós, o arranjar explicações ou motivos pelo qual traímos…o porquê!
Sentimos um silêncio dado a nós próprios, a oportunidade de não nos querermos ver á frente…ouvem-se palavras frias e cruéis a ecoar no pensamento ... a repugnância do nosso feito. Subtilmente sugerimos ao nosso cérebro as contradições do “ foi bom/ não valeu a pena” ou “ nunca vou esquecer/não me quero lembrar” ... ou “ sorrio / choro”!
Mais tarde deparamos com frases exclusivas e célebres:” errar é humano”! Passamos a dar-nos ouvidos, fazemos cortesia ao nosso “eu” e aceitamo-nos pouco a pouco…depois vem a saudade de nós próprios. Temos estas sensações antes do outro. Sentimos isto ... antes dele!
Depois podemos desculpar-nos ou não, esquecer ou não ... mas seja como for, nunca mais ousamos pronunciar que não voltamos a trair, nem há certezas do contrário. O acto de trair é uma opção…e os primeiros a saborearem esta escolha, são os protagonistas do acto.
Todos já traímos de alguma maneira, mas dá-se mais ênfase quando se trai numa relação conjugal.
Traímos porquê? Porque nos deixamos agarrar e se envolvam no nosso corpo? O que vemos no olhar dum “estranho”, e não naquele olhar sincero e seguro de quem nos ama? O que nos retêm ou acelera a respiração vinda dum desconhecido, quando temos um coração com um dono peculiar?!
O que se procura noutros braços ... o abraço certo? Abdicamos do beijo perfeito por um que nem nos pertence. Damos vez ao sexo com alguém “impessoal” e renunciamos ao amor e sexo com a pessoa que gostamos.
Somos um ser enigmático! Queremos o que não temos…depois olhamos para trás estarrecidos com os estragos que causámos.
Quem nunca traiu, um dia pode fazê-lo! Quem traiu…nunca se arrepende de o ter feito! E nunca dizem…nunca mais! Com estes, ficam histórias registadas com datas presentes e aliados a uma pessoa. Parágrafos de cenários coloridos…palavras com cheiro a pretérito, títulos tatuados com lembranças.
E o final…o fim, é sempre o mesmo!
A vontade de voltar ao sitio onde se foi feliz…mesmo que por breves instantes.

FIM
Tila de Oliveira