sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Corações...


Nunca consegui executar um coração direito…tens razão! Esboçava-os sempre imperfeitos…
Enquanto que tu, delineava-los bem e exactamente com esse formato…um coração partido! Como tu bem realças, eu questionei inúmeras vezes esse facto.
Quase que posso apreender que um lado dás a desvendar… o outro não! Num flanco, (como tu ousas dizer) tens realidades sadias na outra…veracidades desengraçadas. Ou como proferes, num espaço deixas entrar…no outro nem tão-pouco pretendes dar a conhecer. Depreendo, que dentro do teu centro de emoções subsistem prateleiras, onde arrumas os teus próprios sentimentos e emoções separadamente…conforme a índole deles. Não necessitam estar rotulados, reconhece-los pela gustação amarga ou melosa, pela intensidade ou provavelmente pelos efeitos secundários que deles descende. O tal lado onde resguardas o “intocável e o inacessível”, deixa-los sem luz, sem diálogo sonante e sem qualquer vínculo com o exterior. Aprisionas num recanto, histórias com finais escassos ou exacerbadamente felizes, actos ou feitos mais ou menos mesuráveis, elações muito ou pouco íntegras…só tu o sabes! Só tu palmilhas esse trajecto dispensável de guias ou orientadores.
Enclausuras-te dois lados isoladamente…sem qualquer fusão, como se tratasse de uma dicotomia de sentimentos ou estados…
Se soubesse delinear um coração, ele estaria cheio de caixinhas, nunca repartido…porque não consigo demarcar território dentro dele. Tudo o que vive dentro do meu centro de emoções coabita com as coisas boas, para que as menos benéficas se associem ás benignas. Desta forma progredirem e não se aprisionam dentro de si mesmas.
No fundo, as minhas caixinhas são também minúsculas repartições desenhadas dentro do meu coração, em vez de as armazenar em prateleiras, abrigo-as em gavetas…
Quando a minha imaginação me leva a um coração, ele fica perfeito porque o desenho com o meu pensamento…mas é só desta forma que fica belo.

domingo, 14 de setembro de 2008


Hábitos, usos ou manias…

Diante do meu computador primo uma e outra tecla…
Formo palavras que pouco a pouco se transformam em frases. Em sequência desta junção de letras e palavras transplantadas do pensamento para o meu computador, concebo uma “folha” inundada de desabafos ou simplesmente enunciações onde narro um ou outro acontecimento….
Tenho por hábito escrever apenas com uma mão, a outra… a outra ampara a cabeça ou uso-a para fumar um cigarro. Com os dedos faço com que ele circule em redor deles…são costumes que adquirimos ao longo do tempo.
Todos nós obtemos usos no nosso dia a dia. Empregamos termos que ouvimos por ai, imitamos gestos que vemos alguém fazer, estilos que achamos piada…ou tão-somente inventam-se.
Talvez o comodismo se possa apelidar de hábito, porque não? Familiarizamo-nos com certas atitudes deselegante e ao fim de tentativas sem sucesso baixamos as armas, e lá vamos nós com o tal argumento pouco inteligente e frequente:” oh pá não vale a pena, é o feitio das pessoas…”!
Somos protagonistas dos nossos hábitos por várias razões, mas também somos seres racionais para saber se devemos ou não empregá-los…
Talvez os erros e desculpas imoderadas se possam também intitular de hábitos! Achamos que o facto de se pedir desculpa, justifica os erros cometidos dezenas de vezes…a palavra desculpa usada em demasia não pode ser aceite. Se aprendemos com os erros e tentamos não repeti-los é notável, mas constantemente cair neles é…burrice.
De tantos usos e costumes menos benéficos, aprendemos a não confiar e dai advém os desencantos e as desilusões…que importam consigo um simpatizar muito longínquo do gostar…
A natureza gira em torno do equilíbrio, porque é perfeita…enquanto que o ser humano está longe de ser exemplar! Mas, compete-nos ter uma perspectiva imparcial em relação aos hábitos que obtemos e não inocentar-nos e desculpabilizar-nos constantemente… sobretudo quando temos consciência que povoa em nós uma vitrina de ciclos viciosos.
Aceitar, admitir e não redobrar as nossas lacunas é um acto de humildade…
Um hábito, um costume, um uso ou seja lá o que queiram designar…pode ser lesivo para nós e para os que nos circundam.
A índole que subsiste dentro de nós deve ser preservada, mesmo que se torne num hábito, estilo ou mania…desde que seja seguramente inofensivo e edificante.
O ser humano tem a obrigação de saber que o excessivo se torna fastidioso.


sábado, 6 de setembro de 2008

Para ler apenas...


Deve haver vários propósitos para a nossa existência!
Não andamos aqui, apenas para viver a vida da melhor forma que sejamos capazes, para desta forma tocar ou chegarmos próximo dos instantes de felicidade. Acho que uma das múltiplas formas de viver, pode ser também rememorar aos que nos parecem especiais o quanto é relevante chegar até cada um de nós, palavras ou actos exclusivos. Mas, se empregarmos muito o mesmo vocábulo ou se sentirmos em demasia a repetição de alguns feitos, podemos considerar que se tornam banais. Desta forma o aprazível de se ouvir ou sentir deixa de ter o impacto que nos provocou no inicio.
A nossa distracção em não parar e pensar, causa o efeito de rotina… e a sociedade em que vivemos, vive constantemente do “ imitar e repetir “ …dai advém a falta de sensibilidade e de originalidade.
Muitas vezes gostamos de alguém não pelo que são, mas pelo que são capazes de fazer por nós…ou vice-versa.



Tila de Oliveira

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O fundo...


Todos nós já visitámos o fundo do poço uma ou várias vezes! Eu já o conheci e detestei! Assegurei-me não voltar lá, e as promessas a mim mesma, ficam gravadas em lápides indestrutíveis na minha mente. Quando me sinto frágil ou quando faço algo que não vai de encontro com os meus princípios, volto a esse alicerce…mas em pensamento. Com estas idas trago comigo o que não quero e a noção exacta do que pretendo.
Se ao longo da nossa vida vamos muitas vezes ao abismo, é porque a busca do nosso bem-estar não é uma meta a atingir. ..
Parte do nosso destino é predestinada por nós e a outra parte...por nós! Não vamos culpabilizar pessoas ou Alguém que esteja acima de nós por algo menos bom que nos acontece. Induzir a culpa noutros é a nossa melhor desculpa. Nós somos os fios condutores da nossa vida… por este e outros motivos, temos que fazer o “muito bom”por nós e nunca esquecer daquilo que não pretendemos para a nossa vida.



Tila de Oliveira