domingo, 13 de abril de 2008

Agarrei tanto o que me deste...


Na euforia da noite, teu corpo residia ao lado do meu…a lua reluzia longe, rodeada de estrelas a cintilar…
O relógio talvez marcasse as horas certas, mas em mim não existiam. Sentia-me como se nada acontecesse, o meu olhar estava para lá daquele lugar…
Sentia-me distante quando me tocavas e desacompanhada se falasses comigo… mas quando pairava o silêncio, era esse preciso tempo, que queria que permanecesse.
Quis trocar esse momento sem sentido num instante apetecível, e então…procurei teus braços para me abraçares, agarrei o teu rosto e deslizei nele as minhas mãos .
Procurei a tua presença em mim e dos silêncios substitui-os por melodias de suspiros! Brincámos ao amor nessa noite, esperando que o dia não nascesse e as nossas palavras envolveram-nos num abraço único.
Anos depois…passamos um pelo outro ignorando esse dia, longe um do outro esperamos ainda por um adeus.
Na distância sei que nos encontramos ás escondidas do mundo e com sorrisos pouco forçados.
Não somos um para o outro sonhos esquecidos, sofremos calados e de mãos postas reclamamos o orgulho que nos vence…
Acompanho-te em pensamentos ocultos e trago-te comigo em cenários coloridos. Não me pertences, mas tenho-te! Abro caminhos em brisas ardentes e viajo contigo para o incerto.
Peço ao vento que sopre e traga consigo vendavais de amor, onde a minha imaginação possa voar sem ter asas ou navegar sem rotas. Caminho sem destino a teu lado nessa fantasia …
Percorro direcções e rasgo fronteiras do imaginável…disfarço pensamentos e vinculo razões nesse mundo que é meu e teu…
Escondo-me atrás da noite e começo a ouvir ecos de lucidez…é a chegada ao universo real!
Mesmo quando amamos muito uma pessoa, nunca conseguimos fazer com que não sofram…Agarrei tanto o que me deste…
Tila de Oliveira