Em cada jardim quantos velhinhos descobrimos nos bancos desses jardins? Talvez nenhum...porque não os vemos...ou se os vemos, passamos e olhamos para eles duma forma como se o assento estivesse sozinho... Os bancos são a companhia fria e calada de muitos velhos que por lá passam...mas provavelmente eles sabem mais que nós...talvez saibam os grandes homens e mulheres que foram um dia e que ainda são, apenas a idade os atingiu, assim como a nós um dia irá tocar. Esses bancos sem voz e sentimentos, acolhe-os tantos dias e noites...tantas vezes são a cama que lhes falta diariamente, a mesa sem ser posta...com um pão dum outro dia qualquer. Esses bancos cegos, mudos e surdos possivelmente têm sentimentos...senão porque ficariam gastos, sem cor e a “gemerem” quando deixam de ser cama e mesa de algum velhinho que abrigaram... “Velho sentado no banco dum jardim”...é uma musica da Mafalda Veiga, que talvez toda a gente deveria ouvir... Um dia quando tinha vinte e tal anos uma pessoa de idade avançada, pegou-me nas mãos e disse: as minhas mãos nunca mais irão ser como as tuas, mas as tuas irão um dia ser como as minhas! Hoje... digo isso a muita gente...mesmo nos meus 42 anos! “A velhice é a preparação para a morte”, alguém o disse...então porque não dar mais tempo e atenção a essas pessoas que passeiam lentamente para um caminho sem retorno? Eles querem travar esse tal atalho para a morte… Ser velho e assim tão desprezível? Quantas histórias terão para contar e quantas temos nós? Somos vazios enquanto que eles não, estão cheios de existências,...o que têm de vazio é apenas o olhar, porque...passamos por eles diariamente e nem lhes ligamos... Muita gente tem receio da velhice ou de olhar para os tais velhos que andam por ai a deambular no mundo, talvez porque a idade os atormente, talvez porque associem velhice a isolamento, será? Velhice não significa isso, desde que todos os dias haja um sorriso, um carinho, um abraço, uma palavra para eles...ate um pessoa de 20 anos tem necessidade de afecto, amor e ternura, senão também sofre essa coisa de...solidão! No Natal apela-se ao bom senso de toda a população, para apoiar tanta instituição...mas penso que é no Natal que muita gente sente mais dor, penso que ai sentem mais o tal desamparo, porque? Porque o ano tem 364 ou 365 dias e só nas épocas Natalícias evocam para se fazer tanta coisa e nos outros dias não...claro que os sentimentos indignam-se, assim como de tantas crianças abandonadas, doentes, sem abrigo... tanta gente! Revoltam-se e criam um conflito interior...porque todos os dias...poderiam sorrir, como nós sorrimos... A velhice trás rugas, cansaço, pouca visão, doenças...! Ou seja, as pessoas envelhecem...mas a sensibilidade não! Devemos pensar nisto... Cada vez que passares por um velhinho num banco dum jardim...sorri-lhe, e se puderes investe cinco minutos a falar e ouvi-lo...vais ver que no rosto ira aparecer muitas mais rugas...mas de sorrir!!! Se anexares o teu sorriso ao dele, ficara uma tela linda...e o teu dia, assim como o do velhinho, ira clarear e correr muito melhor...acredita. Pensa que um dia, daqui a muitos anos, o teu desejo poderá ser...Um sorriso igual ao k deste hoje...porque poderás estar também sentada ou sentado num banco de jardim... A velhice e apenas mais uma etapa, onde eles chegaram...enquanto que nós...não sabemos. A todos os velhinhos um beijo ...Tila de oliveira
Sentimentos soltos, tantas vezes perdidos na alma... Este blogue narra, ecos gigantescos que coabitam dentro de nós, disfarçados em emoções onde são inexplicáveis oralmente...só que na escrita, descobrimos as palavras certas e a coragem desejada para expulsar ou organizar, os tais sentimentos desprendidos e extraviados que vozeiam na alma...
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Apetece-me não me apetecer...
Hoje é daqueles dias que sinto carência do nada…
Que concebo um contentamento contagiante sem sorriso
Sinto um desejo que não me apetece consolidar!
Apetece-me viver o dia de ontem, ter hoje o que vou ter amanhã…
Apetece-me correr caminhando
Falar sem abrir a boca…
Pretendo mandar-te um postal sem ele sair daqui
Escrevê-lo com um lápis incolor…
Estou energeticamente feliz imóvel
A saborear o meu cigarro apagado…
Observar o mundo de olhos bem cerrados…
É a antítese em cima dela própria!!!
Eu sei…mas não quero saber…
Apetece-me…unicamente.
Que concebo um contentamento contagiante sem sorriso
Sinto um desejo que não me apetece consolidar!
Apetece-me viver o dia de ontem, ter hoje o que vou ter amanhã…
Apetece-me correr caminhando
Falar sem abrir a boca…
Pretendo mandar-te um postal sem ele sair daqui
Escrevê-lo com um lápis incolor…
Estou energeticamente feliz imóvel
A saborear o meu cigarro apagado…
Observar o mundo de olhos bem cerrados…
É a antítese em cima dela própria!!!
Eu sei…mas não quero saber…
Apetece-me…unicamente.
Os anos não passam por ti...
Pressinto o teu cheiro em muita coisa onde toco, ainda sinto o passar da tua mão em cima da minha!!!
Rapidamente tento atraiçoar o pensamento, fujo ultrapassando as lembranças e curvo em lugares errados…para iludir o que está preso a mim…puro engano, eu sei!
Quantas vezes quis encontrar-te? Tantas quantas as que quis esquecer-te…
O pensamento vai onde não queremos que vá, em minutos emerge onde em dias não conseguimos nos aproximar em presença.
Depois vem a saudade, essa palavra espessa de tanto sentimento, mas que não conseguimos decifrá-la…nem com palavras, nem com gestos…só e apenas com um olhar vazio, embaciado, longínquo…é isto a saudade!
Procuro-te em sítios errados, em horas que não têm nada a ver com as tuas, em cidades onde nunca foste…mas, por sarcasmo do destino, encontro-te sempre! Descubro-te em objectos que toco, lugares paradisíacos, em palavras que nunca te direi, mas que estão feitas em frases dentro de mim há anos…
Soletro baixinho o teu nome e toda a natureza se inclina para mim, como escutassem ou compreendessem…
Risco teu nome da minha cabeça, mas é no coração que não consigo apagar, abolir ou exterminá-lo para sempre…
Atrás do teu nome estás tu, tal e qual como eras quando te conheci e por inacreditável que pareça, até com a mesma idade…18 anos, é a idade que tens ainda para mim. Estás sem rugas, sem cabelos brancos e com aquele sorriso único que te era peculiar…
Estou contigo as vezes que quero…mesmo que não estejas junto a mim…
A culpa é minha, de te transportar cá dentro ao longo de todos estes anos…com a vantagem de não envelheceres neste espaço confidencial onde tudo se conserva e onde só eu posso ir…
Aqui os anos não passam por ti… apenas por mim…
Tila de Oliveira
Rapidamente tento atraiçoar o pensamento, fujo ultrapassando as lembranças e curvo em lugares errados…para iludir o que está preso a mim…puro engano, eu sei!
Quantas vezes quis encontrar-te? Tantas quantas as que quis esquecer-te…
O pensamento vai onde não queremos que vá, em minutos emerge onde em dias não conseguimos nos aproximar em presença.
Depois vem a saudade, essa palavra espessa de tanto sentimento, mas que não conseguimos decifrá-la…nem com palavras, nem com gestos…só e apenas com um olhar vazio, embaciado, longínquo…é isto a saudade!
Procuro-te em sítios errados, em horas que não têm nada a ver com as tuas, em cidades onde nunca foste…mas, por sarcasmo do destino, encontro-te sempre! Descubro-te em objectos que toco, lugares paradisíacos, em palavras que nunca te direi, mas que estão feitas em frases dentro de mim há anos…
Soletro baixinho o teu nome e toda a natureza se inclina para mim, como escutassem ou compreendessem…
Risco teu nome da minha cabeça, mas é no coração que não consigo apagar, abolir ou exterminá-lo para sempre…
Atrás do teu nome estás tu, tal e qual como eras quando te conheci e por inacreditável que pareça, até com a mesma idade…18 anos, é a idade que tens ainda para mim. Estás sem rugas, sem cabelos brancos e com aquele sorriso único que te era peculiar…
Estou contigo as vezes que quero…mesmo que não estejas junto a mim…
A culpa é minha, de te transportar cá dentro ao longo de todos estes anos…com a vantagem de não envelheceres neste espaço confidencial onde tudo se conserva e onde só eu posso ir…
Aqui os anos não passam por ti… apenas por mim…
Tila de Oliveira
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