segunda-feira, 18 de maio de 2009

A dança da sedução...



Todos nós gostamos da dança da sedução. Quem ousa dizer o contrário…mente.
Este bailado de procurar no outro, a melodia que nos faz despertar para desejos intermináveis, faz com que, o nosso corpo e mente balancem num ritmo orquestrado pela habilidade de cada um. As palavras, deixam de ser necessárias para compor qualquer sol-e-dó deste baile a dois…um gesto qualquer de mão, um olhar mais moroso e acanhado, um sorriso pouco rasgado ou até um movimento menos flutuante, faz germinar denotações mudas, mas que o outro assimila.
Numa dança de sedução, não há a obrigatoriedade de se finalizar numa cama!
No gostar de ser seduzido, há espaço para seduzir também… e neste limite de área onde os aliciamentos se enlaçam apenas com quereres do pensamento, as palavras perdem a voz…desmaiam em gargantas que se fecham, sem sonâncias e tonalidades.
Quem nos dera sair á rua e as pedras da calçada se juntassem para passarmos, e com meio metro de pernas á mostra o trânsito embatesse em filas descomunais…
Quem não gostava, que no outro lado duma porta alguém a abrisse em ala para nos ver passar? E neste requinte de delicadeza, seguissem nossos passos como se fossem anjos sem asas? Quem não gostava de ver pessoas a embater em postes onde residem há anos? Casalinhos que prometeram juras de amor a discutirem por nossa causa? Dá-me vontade de rir, se neste instante alguém discorda com tudo isto! Como alguém já o referiu “ não me chamem aquele nome que começa com um P e acaba num A, onde pelo meio tem um U e um T”! Santos e santas, foi em séculos passados. Todos temos dentro de nós, num canto qualquer, uma gaveta ou armário de “obscenidades”, disponíveis para uma dança de sedução…
A música toca, resta iniciar a dança…com uma proximidade libidinosa de sedução.

Tila de Oliveira